quarta-feira, 28 de junho de 2017

Aspectos da Cultura, Sociedade e Política Romana




            Roma Antiga era fortemente marcada por sua glorificação, pois possuía o papel de direcionar a paz, a moralidade e a uma identidade de civilização na qual uma construção material e simbólica era transmitida para os povos conquistados, onde a figura do Imperador guiava a expansão da civilização por motivo de ser escolhido pelos deuses para realizar tal missão. Sendo o maior e mais poderoso império do mundo antigo, Roma se expandiu por 12 séculos, que seguiram através da monarquia, em seguida pela república e após o fim dessa surgiu o Império Romano. Para se compreender melhor a sociedade romana se faz necessário compreender que devida à sua expansão, ela foi se transformando e construindo seu espaço recebendo a influenciada também das culturas dos povos conquistados. Roma fez história através dos seus exemplos com o modo de governo, aspecto jurídico e político, pela engenharia e arquitetura esplendorosa que deram origem à arquitetura clássica, as artes fortemente influenciadas pela Grécia, a língua, a literatura, a religião e enfim, entendia e disseminava seu papel civilizador pela Europa. O latim, a língua romana, foi espalhada por todos os cantos do mundo, dando origem às línguas portuguesa, inglesa, italiana, francesa e espanhola.
            O seu governo foi marcado pela monarquia que foi derivada da evolução da autocracia, e a partir daí surge a aristocracia, em seguida surge a oligarquia e com o poder do povo temos então a democracia e a oclocracia, isso é dizer que o povo também tinha um papel importante na política romana. Todas essas formas de governo eram mescladas, pois não é possível dizer que uma delas governava sozinha de forma absoluta já que “para um cidadão romano, era impossível dizer com certeza se o sistema em seu conjunto era aristocrático, democrático ou monárquico. E tal sentimento era natural. Com efeito, a quem fixar a atenção no poder dos cônsules, a constituição romana parecerá totalmente monárquica, a quem fixa-la no Senado, ela mais parecerá aristocrática, e a que, a fixar no poder do povo, ela parecerá claramente democrática”¹. Os objetivos eram mais fáceis de serem alcançados pois assim como o Senado, os Cônsules, os Militares e o Povo obtinham voz para reforçar seus objetivos, em momentos de crises ou ameaças, todos se encontravam à disposição para cooperar mutualmente para sanar a dificuldade em questão, criando uma grandiosa força governamental. Para entendermos a importância do povo para Roma, podemos citar a construções de espaços para a sociabilidade pública como por exemplo os banhos públicos, os teatros, circos, praças e enormes arenas como por exemplo o Coliseu para dessa forma manter o povo satisfeito e conquistar votos.


                                                                                 Banho Público em Roma Antiga

            Uma comparação a ser feita com esse aspecto político retratado é o aspecto religioso onde a “paz deorum” (paz com os deuses) se fazia necessária para a segurança do Estado, visto que a religião romana era uma religião social, que partia do cidadão para a comunidade. Novamente toda a sociedade se unia para o bem comum, assim como era a sua base política. A religião “concernia ao indivíduo somente enquanto membro de uma comunidade. Todo ato comunitário comportava um aspecto religioso; todo ato religioso possuía um aspecto comunitário. Assim, o culto público implicava necessariamente aspectos políticos. Por isso, se dizia que a religião romana era uma religião política”². A família também era uma instituição sagrada e o poder sobre a mesma era direcionado para o “pater famílias”, figura marcada pela figura paterna que tinha total poder da vida e da morte de todos os seus membros.

            Para resgatar a unidade romana que estava ameaçada após as guerras civis que puseram fim à República Romana passou-se a incentivar uma unidade de identidade coletiva entre os territórios, procurando-se obter cooperação, lealdade e confiança entre as partes. O Império Romano demarcava a presença da sua civilidade e objetivava expandir a marca da sua civilização, implementando em seus territórios conquistados suas marcas com os símbolos e representações, estradas, cidades e espaços urbanos, vilas, cultura e língua. Dessa forma, era despertado o desejo e admiração das populações nativas pela melhoria de vida diante das suas comodidades. No que foi sucedido como o expansionismo europeu, a “romanização” ou “civilização” era considerada de extrema importância para permanência do poder romano e também para que os “não civilizados” pudessem ter a oportunidade alcançarem o desenvolvimento. A estratégia de manter grupos unidos pela cultura romana, que passavam a se identificar como iguais, fazia com que as culturas que se posicionassem em oposição à essas fossem consideradas “bárbaras”. Era disseminado o estilo de vida romano como exemplo de civilidade a ser seguido para se alcançar a cidadania. Quando uma cidade passava a aderir os costumes romanos e sendo identificada como tal, ou seja, quando atingia a “romanização”, recebia então como recompensa uma espécie de promoção à “colônia honorária”, que passava então a renunciar seus direitos e a aderir o direito romano. É importante perceber que os aspectos ainda hoje entendido pelo protagonismo europeu é fortemente marcado pelas influências romanas, em uma espécie de sucessão. A “romanização” pode ser associada hoje com o eurocentrismo, que também procurou disseminar sua cultura como um padrão fixo para o desenvolvimento.

Referências:
¹ - POLÍBIO. História VI, 2-4; 11-18, Trad. M. da G. Kury. Brasília: Ed. UnB, 1985, p.325-327; 332-338
² - Bustamante, Regina. Práticas culturais no Império Romano: Entre a unidade e a diversidade. LHIA e PPGHC / UFRJ
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga#Sociedade
- http://minasbanheiras.com.br/os-banhos-publicos-na-roma-antiga/

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