Roma
Antiga era fortemente marcada por sua glorificação, pois possuía o
papel de direcionar a paz, a moralidade e a uma identidade de civilização na
qual uma construção material e simbólica era transmitida para os povos
conquistados, onde a figura do Imperador guiava a expansão da civilização por
motivo de ser escolhido pelos deuses para realizar tal missão. Sendo o maior e
mais poderoso império do mundo antigo, Roma se expandiu por 12 séculos, que
seguiram através da monarquia, em seguida pela república e após o fim dessa
surgiu o Império Romano. Para se compreender melhor a sociedade romana se faz
necessário compreender que devida à sua expansão, ela foi se transformando e
construindo seu espaço recebendo a influenciada também das culturas dos povos
conquistados. Roma fez história através dos seus exemplos com o modo de
governo, aspecto jurídico e político, pela engenharia e arquitetura
esplendorosa que deram origem à arquitetura clássica, as artes fortemente influenciadas
pela Grécia, a língua, a literatura, a religião e enfim, entendia e disseminava
seu papel civilizador pela Europa. O latim, a língua romana, foi espalhada por
todos os cantos do mundo, dando origem às línguas portuguesa, inglesa,
italiana, francesa e espanhola.
O
seu governo foi marcado pela monarquia que foi derivada da evolução da autocracia,
e a partir daí surge a aristocracia, em seguida surge a oligarquia e com o
poder do povo temos então a democracia e a oclocracia, isso é dizer que o povo
também tinha um papel importante na política romana. Todas essas formas de
governo eram mescladas, pois não é possível dizer que uma delas governava
sozinha de forma absoluta já que “para um cidadão romano, era impossível dizer
com certeza se o sistema em seu conjunto era aristocrático, democrático ou monárquico.
E tal sentimento era natural. Com efeito, a quem fixar a atenção no poder dos
cônsules, a constituição romana parecerá totalmente monárquica, a quem fixa-la
no Senado, ela mais parecerá aristocrática, e a que, a fixar no poder do povo,
ela parecerá claramente democrática”¹. Os objetivos eram mais fáceis de serem
alcançados pois assim como o Senado, os Cônsules, os Militares e o Povo
obtinham voz para reforçar seus objetivos, em momentos de crises ou ameaças,
todos se encontravam à disposição para cooperar mutualmente para sanar a
dificuldade em questão, criando uma grandiosa força governamental. Para
entendermos a importância do povo para Roma, podemos citar a construções de
espaços para a sociabilidade pública como por exemplo os banhos públicos, os teatros, circos,
praças e enormes arenas como por exemplo o Coliseu para dessa forma manter o
povo satisfeito e conquistar votos.
Banho Público em Roma Antiga
Banho Público em Roma Antiga
Uma
comparação a ser feita com esse aspecto político retratado é o aspecto
religioso onde a “paz deorum” (paz com os deuses) se fazia necessária para a
segurança do Estado, visto que a religião romana era uma religião social, que
partia do cidadão para a comunidade. Novamente toda a sociedade se unia para o
bem comum, assim como era a sua base política. A religião “concernia ao
indivíduo somente enquanto membro de uma comunidade. Todo ato comunitário
comportava um aspecto religioso; todo ato religioso possuía um aspecto
comunitário. Assim, o culto público implicava necessariamente aspectos
políticos. Por isso, se dizia que a religião romana era uma religião política”².
A família também era uma instituição sagrada e o poder sobre a mesma era
direcionado para o “pater famílias”, figura marcada pela figura paterna que tinha
total poder da vida e da morte de todos os seus membros.
Para
resgatar a unidade romana que estava ameaçada após as guerras civis que puseram
fim à República Romana passou-se a incentivar uma unidade de identidade
coletiva entre os territórios, procurando-se obter cooperação, lealdade e
confiança entre as partes. O Império Romano demarcava a presença da sua
civilidade e objetivava expandir a marca da sua civilização, implementando em
seus territórios conquistados suas marcas com os símbolos e representações,
estradas, cidades e espaços urbanos, vilas, cultura e língua. Dessa forma, era
despertado o desejo e admiração das populações nativas pela melhoria de vida diante
das suas comodidades. No que foi sucedido como o expansionismo europeu, a
“romanização” ou “civilização” era considerada de extrema importância para
permanência do poder romano e também para que os “não civilizados” pudessem ter
a oportunidade alcançarem o desenvolvimento. A estratégia de manter grupos
unidos pela cultura romana, que passavam a se identificar como iguais, fazia
com que as culturas que se posicionassem em oposição à essas fossem
consideradas “bárbaras”. Era disseminado o estilo de vida romano como exemplo
de civilidade a ser seguido para se alcançar a cidadania. Quando uma cidade
passava a aderir os costumes romanos e sendo identificada como tal, ou seja,
quando atingia a “romanização”, recebia então como recompensa uma espécie de
promoção à “colônia honorária”, que passava então a renunciar seus direitos e a
aderir o direito romano. É importante perceber que os aspectos ainda hoje
entendido pelo protagonismo europeu é fortemente marcado pelas influências
romanas, em uma espécie de sucessão. A “romanização” pode ser associada hoje
com o eurocentrismo, que também procurou disseminar sua cultura como um padrão
fixo para o desenvolvimento.
Referências:
¹ - POLÍBIO. História VI, 2-4;
11-18, Trad. M. da G. Kury. Brasília: Ed. UnB, 1985, p.325-327; 332-338
² - Bustamante, Regina. Práticas
culturais no Império Romano: Entre a unidade e a diversidade. LHIA e PPGHC /
UFRJ
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga#Sociedade
- http://minasbanheiras.com.br/os-banhos-publicos-na-roma-antiga/
- http://minasbanheiras.com.br/os-banhos-publicos-na-roma-antiga/
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