quinta-feira, 29 de junho de 2017

RioRoma


Sobre o trabalho

      O blog RioRoma foi criado como componente final para constituição da nota da disciplina História Antiga II (Roma Antiga) do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi proposto pela Prof. Dra. Regina Bustamante, professora associada da mesma instituição, a inclusão de elementos não convencionais e inovadores na elaboração do trabalho. Diante disso, o grupo escolheu criar um blog que reunisse informações sobre a influência da Roma Antiga na vida material do Palácio Tiradentes, bem como outros assuntos como Cultura Material e influência da República Romana na República do Brasil.

Metodologia

     O trabalho foi realizado buscando seguir uma natureza descritiva, a fim de relacionar alguns elementos do Palácio Tiradentes à Cultura Material da Roma Antiga. Para tanto, foi utilizado textos de autores especialistas nos tópicos abordados e sites cujas veracidades de seus conteúdos foram devidamente averiguadas.
       A priori, o grupo buscou orientações na secretaria do Palácio Tiradentes sobre a possibilidade de participar de uma visita guiada no edifício. No entanto, foi informado que há semanas não estavam realizando esse tipo de visitação e não havia previsão para a próxima. Dado esse problema, tentamos fazer uma visitação somente para registrar fotos do interior do edifício na tentativa de construir a relação já apresentada acima, mas devido reformas sem previsão de encerramento nos principais espaços do palácio, o grupo resolveu traçar uma relação usando as fotos encontradas na internet.

       Na construção do conteúdo do blog, buscamos utilizar uma linguagem leve e de fácil compreensão, visto que se trata de um meio de comunicação com características diferenciadas. O público alvo pensado, além da professora que fará a avaliação desta atividade, são os colegas de turma e também visitantes da plataforma que se interessam pelo assunto.


Tópicos desenvolvidos
Posto as inúmeras limitações no tema principal do trabalho: elementos da Roma Antiga no Palácio Tiradentes, o grupo resolveu criar também outros tópicos discutidos em sala para ampliar o conteúdo do blog e fazer uma relação com as aulas. O blog contém 5 seções, sendo elas:

1.      O trabalho (contém o conteúdo impresso e a arte desenvolvida pelo grupo)
·         Sobre o trabalho
·         Metodologia
·         Mapa do site
2.      Palácio Tiradentes
·         Informações gerais
·         Inspiração da Roma Antiga na vida material do Palácio Tiradentes
·         Símbolos de poder da Roma Antiga no Palácio Tiradentes
·         Curiosidades
·         Presença de símbolos fascistas no Palácio Tiradentes
3.      Cultura Material
·         Definição
·         Importância para os estudos históricos
·         Tipos de cultura material
4.      Roma Antiga
·         Legado
·         Herança material
·         Aspectos da Cultura, Sociedade e Política Romana
·         Influências da República Romana na República do Brasil
5.      Galeria de fotos



O texto reproduzido na seção ‘O trabalho’ nos tópicos História e Arquitetura foram retirados do site oficial do Palácio Tiradentes e de acordo com orientações da secretaria podem ser utilizados livremente.  As fontes bibliográficas dos textos produzidos pelo grupo estão devidamente identificadas no final de cada publicação.

Influência de Símbolos do Facismo no Palácio Tiradentes

     Acerca da discussão envolvendo a simbologia romana contida na materialidade do Palácio Tiradentes, por outro lado, podemos levantar outro assunto que nos é pertinente: as supostas referências ao fascismo que, supostamente, rodeiam o prédio histórico.
    De acordo com estudiosos, estão presentes no palácio símbolos que são expressivamente característicos do regime de Mussolini, podendo citar, por exemplo, o feixe de madeira que envolve uma machadinha cujo topo está uma águia. Estes símbolos representam a união e força do povo, assim como o poder.
     Dentro da galeria do plenário, a ilustração que envolve o feixe de madeira e a machadinha aparece sucessivas vezes, se repetindo também em frente ao prédio histórico.
     É dito pelo geógrafo João Baptista Ferreira de Mello, em entrevista concedida ao jornal O globo, que os desenhos postos à frente do prédio da Alerj, são, na verdade, fruto da admiração que Getúlio Vargas nutria por Benito Mussolini, líder do Partido Fascista fundado em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial. 

Figura 1 - Benito Mussolini

Figura 2 - Getúlio Vargas

      João Baptista também afirma que esse apreço norteou a construção de outros prédios da cidade, e que era uma forma de projetar um ideal de grandiosidade e imponência do Estado.
     Por fim, alguns historiadores afirmam que não há provas de que as especulações em torno da influência do regime fascista no prédio da Alerj são, de fato, verdadeiras, e que sobretudo, os símbolos contidos ali fazem alusão à antiguidade romana, apesar do fascismo ter o escolhido também como representação. 

Referências
https://oglobo.globo.com/rio/rio-450/assembleia-do-rio-tem-simbolos-que-podem-ser-da-roma-antiga-ou-referencia-ao-fascismo-16441700

O Palácio Tiradentes

                                             Palácio Tiradentes

História

     Desde os tempos do Brasil Colônia, o local onde está hoje o Palácio Tiradentes é um sítio histórico que guarda um grande pedaço da memória política do Brasil. O primeiro edifício ali construído, inaugurado em 1640, ainda no Brasil Colônia, abrigava os três vereadores, eleitos por voto indireto para um mandato de um ano, que cuidavam da cidade e das suas finanças.
Todo o dinheiro da cidade ficava guardado em um cofre chamado “burra”, que só podia ser aberto por três chaves: cada uma ficava com um vereador. No andar de cima, trabalhavam os vereadores. No de baixo, ficava a cadeia. Por isso, o local ficou popularmente conhecido como Cadeia Velha.
Foi lá onde o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ficou preso, durante três anos antes de ser enforcado no dia 21 de abril de 1792. Quando a Coroa portuguesa aqui chegou, fugindo da invasão napoleônica, em 1808, e se instalou no Paço Imperial, o Parlamento, que nesta época já contava com um número maior de representantes, foi deslocado para outro prédio para dar lugar aos empregados da corte.
     De volta para a Cadeia Velha, a Câmara Imperial protagonizou momentos memoráveis, como a aprovação da Lei Áurea, em 1888. Em 1922, já em situação precária, a Cadeia Velha foi demolida para dar lugar a um grande palácio, cuja arquitetura lembra muito o Grand Palais de Paris. Projetado em estilo eclético por Archimedes Memória e Francisco Couchet, o Palácio Tiradentes foi inaugurado em 6 de maio de 1926 para abrigar a Câmara federal.
     Enquanto a Câmara funcionou no Tiradentes, entre 1926 a 1960, todos os presidentes do período tomaram posse ali, de Washington Luiz a Juscelino Kubitscheck, que após tomarem posse saudavam e discursavam para o povo, que lotava as escadarias, da varanda¬ do Salão Nobre.
     Em 1937 a 1945, durante o Estado Novo, o Parlamento foi fechado pelo presidente Getúlio Vargas e o Palácio Tiradentes passou a abrigar o Ministério da Justiça e o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão de censura do regime. Em 1960, quando da transferência da capital para Brasília, o Palácio Tiradentes passa a abrigar a Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara (ALEG). Quinze anos depois, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, surge a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), que ali permanece até os dias atuais.

Endereço

RUA PRIMEIRO DE MARÇO, S/N - PRAÇA XV - RIO DE JANEIRO CEP 20010-090 TELEFONE +55 (21) 2588-1000 FAX +55 (21) 2588-1516

Arquitetura

Em estilo eclético, a fachada é revestida por concreto armado. Destaca-se a cúpula, adornada com esculturas alegóricas representando a Independência e a República. Por dentro, a cúpula, ornamentada com pinturas de autoria do artista brasileiro Rodolfo Chambelland, ostenta um vitral pintado como o céu da noite de 15 de novembro de 1889. O prédio abriga ainda decorações realizadas por artistas renomados como Eliseu Visconti, Carlos Oswald e João Timóteo da Costa. O painel decorativo do plenário do Palácio Tiradentes foi executado por Eliseu Visconti em 1926 e representa a assinatura da primeira Constituição Republicana de 1891. No grande painel, restaurado em 2001, figuram em tamanho natural os retratos dos sessenta e três constituintes.

Referências:
http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/historia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_Tiradentes

Cultura Material

·         Definição de Cultura Material
                 A Cultura Material traz a primeiro plano a própria vida material dos homens que vivem em sociedade, incluindo os objetos e materiais que constituem a base desta cultura material gerida e organizada socialmente. Esses elementos foram sendo criados ao longo do tempo e, portanto, representam a história de determinado povo.
            Contudo, é importante ressaltar que este campo deve examinar não o objeto material tomado em si mesmo, mas sim os seus usos, as suas apropriações sociais, as técnicas envolvidas na sua manipulação, a sua importância econômica e a sua necessidade social e cultural. Afinal, a noção de “cultura” também não deixa de atravessar este campo. Assim que o historiador da cultura material não se mostra atento apenas aos tecidos e objetos da indumentária, mas também aos modos de vestir, às oscilações da moda, às suas variações conforme os grupos sociais, às demarcações políticas que por vezes se colam a uma determinada roupa que os indivíduos de certas minorias podem ser obrigados a utilizar em sociedades que aproximam os critérios da “diferença” e da “desigualdade”.
·         A importância da cultura material para os estudos históricos         
            A partir desta definição, as relações da cultura material com outras modalidades historiográficas se frutificam, uma vez que podemos entendê-la como o campo histórico que estuda fundamentalmente os objetos materiais em sua interação com os aspectos mais concretos da vida humana, desdobrando-se por domínios históricos que vão do estudo dos utensílios ao estudo da alimentação, do vestuário, da moradia e das condições materiais do trabalho humano. A noção fundamental que atravessa este campo, bem entendido, é a da “matéria” (ou do ‘objeto material’, que pode ser tanto o de tipo durável, como no caso dos monumentos e dos utensílios, como do tipo perecível, como no caso dos alimentos).
            Ao perceber, por exemplo, a materialidade de uma cidade – os seus monumentos, os seus espaços de circulação, os seus espaços de trancafiamento, os seus compartimentos lícitos e ilícitos – o historiador estará buscando perceber os modos de vida da sociedade que a habita, as expectativas dos seus habitantes.
            Como se vê, o estudo da cultura material em sua relação com o comportamento humano é de grande valia para o historiador, visto que ela se ocupa também do ambiente em que o gênero humano se desenvolveu e no qual o homem ainda vive. O historiador da cultura material estará freqüentemente estudando os domínios da vida cotidiana, da vida privada, embora estes domínios também possam ser partilhados por historiadores voltados predominantemente para outras dimensões
·         Tipos de cultura material
            Alguns exemplos de elementos concretos da cultura material são: museus, obras de artes, utensílios, igrejas, praças, universidades, móveis, objetos decorativos, ferramentas, máquinas, matérias primas que darão luz a objetos manufaturados, veículos que os transportarão ao longo de grandes avenidas e estradas, com destino a determinados grupos de consumidores.
            Tudo pode ser objeto de uma História da Cultura Material, ou seja,  o conjunto de objetos - tecidos, utensílios, ferramentas, adornos, meios de transporte, moradias, armas etc. - que formam o ambiente concreto de determinada sociedade.

Bibliografia
ARIÈS, Philippe, Georges DUBY (dir.) - História da vida privada, Porto, Edições Afrontamento, 5 volumes, 1989-1991 (1985)
BONNOT, Thierry - La vie des objets, Paris, Ed. de la Maison des Sciences de l?Homme, 2002
BRAUDEL, Fernand - Civilização material, Economia e Capitalismo, Séculos XV-XVIII ? Tomo 1 : As estruturas do quotidiano, Lisboa, Teorema, 1992 (1979)
BREVER John and Roy PORTER (ed.) - Consumption and the World of Goods, London/New York, Routledge, 1993
BUCAILLE, Richard e Jean-Marie PESEZ ? "Cultura material", Enciclopédia Einaudi, volume 16, Lisboa, INCM, 1989
CRESSWELL, Robert ? "Utensílio", Enciclopédia Einaudi, volume 16, Lisboa, INCM, 1989
FABIETTI, Hugo ? "Cultura material", Enciclopédia Einaudi, volume 42, Lisboa, INCM, 2000
LUBAR, Steven and W. David KINGERY (ed.) - History from Things. Essays on Material Culture, Washington, Smithsonian Institution Press, 1993
MATTOSO José (dir.), A história da vida privada em Portugal, Lisboa, Círculo dos Leitores, 4 volumes, 2010
POMIAN, Krzysztof ? "Colecção", Enciclopédia Einaudi, volume 1, Lisboa, INCM, 1984
POULOT, Dominique ? "Une nouvelle histoire de la culture matérielle ? ", Revue d?histoire moderne et contemporaine, 44-2, 1997
RICHARDS, Thomas - The Commodity Culture of Victorian England. Advertising and Spectacle, 1851-1914, London, Verso, 1990
SCHLERETH, Thomas J. - Cultural History and Material Culture. Everyday Life, Landscapes, Museums, Charlottesville, University Press of Virginia, 1992

Inspiração Romana na decoração e construção do Palácio Tiradentes.

        O Palácio Tiradentes foi inaugurado em 6 de maio de 1926. Foi construído no lugar da “Cadeia Velha”, um presídio que deu lugar ao palácio. O palácio lembra o Grand Palais de Paris e possui inspirações Romanas em sua construção.

  • O simbolismo da decoração do Palácio
              Assim como no Império Romano, a utilização de símbolos como forma de ligar poder e autoridade pode ser reconhecida no Palácio Tiradentes. Construído para abrigar a Câmara Federal e inaugurado na mesma data em que se comemorava o centenário da instalação da primeira Câmara Legislativa do Império, o prédio foi batizado em memória do símbolo de luta contra a opressão da coroa portuguesa por ideais republicanos, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. A história do Palácio desde seu início como projeto, tinha como objetivo abrigar a memória, na forma material, da república brasileira e acolher os representantes de poderes autoritários do Estado – foi sede do poder Legislativo Brasileiro e hoje é sede do poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro. Vale lembrar que a ideia da república surgiu em Roma e inspirou o estado brasileiro a determinar sua base governamental.

   

Fonte: Google Imagens

         Figura [1] vemos uma "fasce" romana que, durante a sua República era associada a ideia de "poder e autoridade" e sua utilização exigia protocolos e tradições. Na Figura [2] vemos a águia que era usada como símbolos das legiões romanas. Na  Ambos os símbolos estão localizados na entrada do Palácio Tiradentes.

Figura 3
Fonte: Google Imagens

           A figura [3] é uma grande cartela, na qual lê-se a palavra PAX. Está ladeada pelas alegorias da Vitória e do Trabalho de mãos dadas, a primeira portando um ramo de palma e a segunda uma marreta. No alto, entre as alegorias, a inscrição "Ordem e Progresso", lema republicano da nação, entre os raios do sol da esperança.



Figura 4
  
Fonte: O que o Rio não vê

            Observemos o escrito "Lex" na Figura [4]. Em latim, "Lex" significa Leis. O seu lado esquerdo estaria representada a Autoridade e no seu lado direito a Liberdade, os principais ideais políticos da república romana.
            Os capitéis compósitos das colunas são decoradas com as "Vitórias''. Elas carregam fasces e representam um país livre porém regido pela Lei e Autoridade (Figura 5). Podemos fazer ligação entre esses capitéis e a representação do inscrito "Lex" na figura 4.
Figura 5
Fonte: Google Imagens

  •                      A construção

            Em 1921 foi aprovado o projeto para a construção do Palácio Tiradentes. O mérito da projeção do edifício é dos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet. Na Figura [6] temos o esboço da figura do Palácio.

Figura 6
Fonte: Palácio Tiradentes

         O então presidente da Câmara, Arnolfo de Azevedo, determinou economia na construção do prédio e toda a sua estrutura é feita em concreto e tijolo. O uso de tais materiais deriva de Roma que inovou no uso dos mesmos para as construções se seus patrimônios.
         O Palácio é sustentado por colunas e passagens por arcos (Figuras [7] e [8]), estruturas utilizadas pelos romanos para conseguir um melhor sustento e manejo do material. As colunas do Palácio são do modelo compósita, referência romana em suas construções. (Figura [9])

Figura 7 
Fonte: Palácio Tiradentes
 Figura 8
Fonte: Palácio Tiradentes

Figura 9

Fonte: Google Imagens



[1]Disponível em. <http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/author/admin/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[2]Disponível em. <http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/author/admin/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[3]Disponível em. <https://orioqueorionaove.com/2012/11/27/palacio-tiradentes-parte-1/> acesso em. 29 de junho de 2017. 
[4]Disponível em. <https://orioqueorionaove.com/2012/11/27/palacio-tiradentes-parte-1/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[5]Disponível em. <https://orioqueorionaove.com/2012/11/27/palacio-tiradentes-parte-1/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[6]Disponível em. <http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/linhadotempo/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[7]Disponível em. <http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/galeria-de-fotos/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[8]Disponível em. <http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/galeria-de-fotos/> acesso em. 29 de junho de 2017.
[9]Disponível em. <http://noticiaurbana.com.br/old/tag/alerj/> acesso em. 29 de junho de 2017.

Referências: 
  • https://orioqueorionaove.com/2012/11/27/palacio-tiradentes-parte-1/
  • http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/linhadotempo/
  • http://www.palaciotiradentes.rj.gov.br/historia/




quarta-feira, 28 de junho de 2017

Influencias da República Romana no Brasil



                Muitas ideologias e sistemas surgiram em Roma e inspiraram todo o mundo desde então. A política brasileira de um modo geral se inspirou em várias práticas romanas, como por exemplo o senado, o cônsul, o magistrado, os comícios e o plebiscito. Mas uma das ideologias romanas mais representativas que podemos citar é a República, que surgiu no ano VI a.C. O termo República deriva do latim “res publica” e sua tradução se daria por “assunto público”. Isso é querer dizer que o conceito de República existe para proteger uma sociedade a fim de encontrar o bem comum para sua população, existindo em oposição à monarquia, ou seja, dessa forma não se faz possível obter privilégios e espera-se maior responsabilidade diante dos direitos e da igualdade entre seus cidadãos. Dessa forma o estado e o governo passam a pertencer ao povo e não mais a uma parcela mínima e privilegiada da população, o governo é feito pelo povo. É esse conceito de República que o Brasil adere nos dias de hoje, teoricamente.
                A democracia é baseada na eleição a partir da maioria dos votos e a república é baseada no valor da atribuição do poder do povo. Na República Romana, para se exercer a República de fato, a virtude se fazia imprescindível, um valor necessário para manutenção de um estado que se importava com seu povo. Essa filosofia pode ser vista também na religião romana que era embasada na fidelidade e na solidariedade entre suas partes, exercendo um papel social extremamente importante entre seus membros e suas comunidades¹. Dessa forma, o estado estava sempre atento às questões do seu povo pois em sua base política e filosófica, Roma era governada pela população, como foi explicitado por Políbio “cabe aqui que os tribunos são sempre obrigados a agir segundo a vontade do povo e a levar em consideração os seus desejos. Logo, por todas essas razões, o Senado teme as massas e deve dispensar a devida atenção à opinião pública”². O estado brasileiro tem essa premissa como base ideológica governamental, e assim a honestidade para com o povo faz parte da sua lei fundamental e deve ser absoluta para manutenção de um estado republicano e democrático.
                É preciso enfatizar que a honestidade política para o povo romano era de extrema importância. O espaço público deveria ser explorado para o seu povo e caso o contrário, se houvesse a desonestidade para se obter benefícios próprios ou de terceiros com a corrupção dentro espaço público, seria considerado um crime inafiançável. Caso essa traição para com seu povo ocorresse, a pena dada pelos romanos era a de que seus políticos corruptos deveriam ser atirados do alto de uma rocha, a Tarpeia, tendo uma morte bastante violenta ao ir de encontro as pedras pontiagudas³. Já no Brasil essa seriedade perante aos atentados contra sua população não existe na prática, já que é muito comum presenciarmos políticos corruptos que não receberam uma devida punição. Esse compromisso para com a integridade e a honestidade política deveria ser também uma inspiração, bem como é a República para o estado brasileiro.
                                                        
                                                                                      Pedra da Tarpeia


Referências:
¹ - Bustamante, Regina. Práticas culturais no Império Romano: Entre a unidade e a diversidade. LHIA e PPGHC / UFRJ
² - POLÍBIO. História VI, 2-4; 11-18, Trad. M. da G. Kury. Brasília: Ed. UnB, 1985, p.325-327; 332-338
³ - D’Amaral, Marcio Tavares. República, 06/2017. https://oglobo.globo.com/cultura/republica-21431479

Aspectos da Cultura, Sociedade e Política Romana




            Roma Antiga era fortemente marcada por sua glorificação, pois possuía o papel de direcionar a paz, a moralidade e a uma identidade de civilização na qual uma construção material e simbólica era transmitida para os povos conquistados, onde a figura do Imperador guiava a expansão da civilização por motivo de ser escolhido pelos deuses para realizar tal missão. Sendo o maior e mais poderoso império do mundo antigo, Roma se expandiu por 12 séculos, que seguiram através da monarquia, em seguida pela república e após o fim dessa surgiu o Império Romano. Para se compreender melhor a sociedade romana se faz necessário compreender que devida à sua expansão, ela foi se transformando e construindo seu espaço recebendo a influenciada também das culturas dos povos conquistados. Roma fez história através dos seus exemplos com o modo de governo, aspecto jurídico e político, pela engenharia e arquitetura esplendorosa que deram origem à arquitetura clássica, as artes fortemente influenciadas pela Grécia, a língua, a literatura, a religião e enfim, entendia e disseminava seu papel civilizador pela Europa. O latim, a língua romana, foi espalhada por todos os cantos do mundo, dando origem às línguas portuguesa, inglesa, italiana, francesa e espanhola.
            O seu governo foi marcado pela monarquia que foi derivada da evolução da autocracia, e a partir daí surge a aristocracia, em seguida surge a oligarquia e com o poder do povo temos então a democracia e a oclocracia, isso é dizer que o povo também tinha um papel importante na política romana. Todas essas formas de governo eram mescladas, pois não é possível dizer que uma delas governava sozinha de forma absoluta já que “para um cidadão romano, era impossível dizer com certeza se o sistema em seu conjunto era aristocrático, democrático ou monárquico. E tal sentimento era natural. Com efeito, a quem fixar a atenção no poder dos cônsules, a constituição romana parecerá totalmente monárquica, a quem fixa-la no Senado, ela mais parecerá aristocrática, e a que, a fixar no poder do povo, ela parecerá claramente democrática”¹. Os objetivos eram mais fáceis de serem alcançados pois assim como o Senado, os Cônsules, os Militares e o Povo obtinham voz para reforçar seus objetivos, em momentos de crises ou ameaças, todos se encontravam à disposição para cooperar mutualmente para sanar a dificuldade em questão, criando uma grandiosa força governamental. Para entendermos a importância do povo para Roma, podemos citar a construções de espaços para a sociabilidade pública como por exemplo os banhos públicos, os teatros, circos, praças e enormes arenas como por exemplo o Coliseu para dessa forma manter o povo satisfeito e conquistar votos.


                                                                                 Banho Público em Roma Antiga

            Uma comparação a ser feita com esse aspecto político retratado é o aspecto religioso onde a “paz deorum” (paz com os deuses) se fazia necessária para a segurança do Estado, visto que a religião romana era uma religião social, que partia do cidadão para a comunidade. Novamente toda a sociedade se unia para o bem comum, assim como era a sua base política. A religião “concernia ao indivíduo somente enquanto membro de uma comunidade. Todo ato comunitário comportava um aspecto religioso; todo ato religioso possuía um aspecto comunitário. Assim, o culto público implicava necessariamente aspectos políticos. Por isso, se dizia que a religião romana era uma religião política”². A família também era uma instituição sagrada e o poder sobre a mesma era direcionado para o “pater famílias”, figura marcada pela figura paterna que tinha total poder da vida e da morte de todos os seus membros.

            Para resgatar a unidade romana que estava ameaçada após as guerras civis que puseram fim à República Romana passou-se a incentivar uma unidade de identidade coletiva entre os territórios, procurando-se obter cooperação, lealdade e confiança entre as partes. O Império Romano demarcava a presença da sua civilidade e objetivava expandir a marca da sua civilização, implementando em seus territórios conquistados suas marcas com os símbolos e representações, estradas, cidades e espaços urbanos, vilas, cultura e língua. Dessa forma, era despertado o desejo e admiração das populações nativas pela melhoria de vida diante das suas comodidades. No que foi sucedido como o expansionismo europeu, a “romanização” ou “civilização” era considerada de extrema importância para permanência do poder romano e também para que os “não civilizados” pudessem ter a oportunidade alcançarem o desenvolvimento. A estratégia de manter grupos unidos pela cultura romana, que passavam a se identificar como iguais, fazia com que as culturas que se posicionassem em oposição à essas fossem consideradas “bárbaras”. Era disseminado o estilo de vida romano como exemplo de civilidade a ser seguido para se alcançar a cidadania. Quando uma cidade passava a aderir os costumes romanos e sendo identificada como tal, ou seja, quando atingia a “romanização”, recebia então como recompensa uma espécie de promoção à “colônia honorária”, que passava então a renunciar seus direitos e a aderir o direito romano. É importante perceber que os aspectos ainda hoje entendido pelo protagonismo europeu é fortemente marcado pelas influências romanas, em uma espécie de sucessão. A “romanização” pode ser associada hoje com o eurocentrismo, que também procurou disseminar sua cultura como um padrão fixo para o desenvolvimento.

Referências:
¹ - POLÍBIO. História VI, 2-4; 11-18, Trad. M. da G. Kury. Brasília: Ed. UnB, 1985, p.325-327; 332-338
² - Bustamante, Regina. Práticas culturais no Império Romano: Entre a unidade e a diversidade. LHIA e PPGHC / UFRJ
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga#Sociedade
- http://minasbanheiras.com.br/os-banhos-publicos-na-roma-antiga/

RioRoma

Sobre o trabalho       O blog RioRoma foi criado como componente final para constituição da nota da disciplina História Antiga II (...