Muitas
ideologias e sistemas surgiram em Roma e inspiraram todo o mundo desde então. A
política brasileira de um modo geral se inspirou em várias práticas romanas,
como por exemplo o senado, o cônsul, o magistrado, os comícios e o plebiscito. Mas
uma das ideologias romanas mais representativas que podemos citar é a República,
que surgiu no ano VI a.C. O termo República deriva do latim “res publica” e sua
tradução se daria por “assunto público”. Isso é querer dizer que o conceito de
República existe para proteger uma sociedade a fim de encontrar o bem comum
para sua população, existindo em oposição à monarquia, ou seja, dessa forma não
se faz possível obter privilégios e espera-se maior responsabilidade diante dos
direitos e da igualdade entre seus cidadãos. Dessa forma o estado e o governo
passam a pertencer ao povo e não mais a uma parcela mínima e privilegiada da
população, o governo é feito pelo povo. É esse conceito de República que o
Brasil adere nos dias de hoje, teoricamente.
A democracia é baseada na eleição a partir da maioria dos votos e a república
é baseada no valor da atribuição do poder do povo. Na República Romana, para se
exercer a República de fato, a virtude se fazia imprescindível, um valor necessário
para manutenção de um estado que se importava com seu povo. Essa filosofia pode
ser vista também na religião romana que era embasada na fidelidade e na solidariedade
entre suas partes, exercendo um papel social extremamente importante entre seus
membros e suas comunidades¹. Dessa forma, o estado estava sempre atento às
questões do seu povo pois em sua base política e filosófica, Roma era governada
pela população, como foi explicitado por Políbio “cabe aqui que os tribunos são
sempre obrigados a agir segundo a vontade do povo e a levar em consideração os
seus desejos. Logo, por todas essas razões, o Senado teme as massas e deve
dispensar a devida atenção à opinião pública”². O estado brasileiro tem essa
premissa como base ideológica governamental, e assim a honestidade para com o
povo faz parte da sua lei fundamental e deve ser absoluta para manutenção de um
estado republicano e democrático.
É
preciso enfatizar que a honestidade política para o povo romano era de extrema
importância. O espaço público deveria ser explorado para o seu povo e caso o
contrário, se houvesse a desonestidade para se obter benefícios próprios ou de
terceiros com a corrupção dentro espaço público, seria considerado um crime inafiançável.
Caso essa traição para com seu povo ocorresse, a pena dada pelos romanos era a
de que seus políticos corruptos deveriam ser atirados do alto de uma rocha, a
Tarpeia, tendo uma morte bastante violenta ao ir de encontro as pedras
pontiagudas³. Já no Brasil essa seriedade perante aos atentados contra sua
população não existe na prática, já que é muito comum presenciarmos políticos
corruptos que não receberam uma devida punição. Esse compromisso para com a integridade e a
honestidade política deveria ser também uma inspiração, bem como é a República
para o estado brasileiro.
Pedra da Tarpeia
Pedra da Tarpeia
Referências:
¹ - Bustamante, Regina. Práticas
culturais no Império Romano: Entre a unidade e a diversidade. LHIA e PPGHC /
UFRJ
² - POLÍBIO. História VI, 2-4;
11-18, Trad. M. da G. Kury. Brasília: Ed. UnB, 1985, p.325-327; 332-338
³ - D’Amaral, Marcio Tavares.
República, 06/2017. https://oglobo.globo.com/cultura/republica-21431479
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